ÁUREA

07:10 Clementino Junior 1 Comments

Ao longo do debate acontecido no dia 15 de abril de 2011 no Cineclube após a Sessão do Circuito Cineclubista ASCINE-RJ na Mostra do Filme Livre, o diretor Zeca Ferreira e a cantora Áurea Martins me revelaram inúmeros surpresas.

 Primeiro pelo fato de que há um ano, quando comecei a conversar com o Zeca de exibir o curta no Cineclube, e ao conseguir assisti-lo, semprei achei que era um documentário romanceado sobre a vida e Áurea Martins, e que a ficção entrava como uma forma de ilustrar plasticamente o filme, principalmente pela presença dos depoimentos de Áurea e de outros (e outras) cantores(as) da noite carioca.
A surpresa veio em saber que a maravilhosa cantora Áurea Martins, apesar de ser a inspiração e a primeira opção para a personagem do filme, que enquanto projeto há alguns anos tinha outro título, sempre foi concebido como filme de ficção, e que a presença e riqueza da atriz/musa começaram a tomar conta do projeto de tal maneira a determinar algumas pequenas mudanças no direcionamento do filme, o que lhe proporcionou o formato final deste belíssimo curta.

Um comentário aparte do filme, mas pela sua ambientação: ver o Centro Cultural Carioca como ambiente do show foi uma grata surpresa, que reforçou os valores e detalhes apresentados pelo autor/diretor, mas que me fez refletir sobre quantos espaços ainda há no Centro do Rio (leia-se Lapa, ali é parte do circuito cultural/turístico, mas com personalidade) para cantoras do naipe, do talento e da idade de Áurea?
Falo isto, uma vez que só vemos a divulgação dos "novos talentos", as cantoras bonitinhas e universitárias, técnicas e sem feeling, ocupando a boa parte das casas noturnas com grupos de samba "de elite" (deveria haver espaço para estes TAMBÉM e não SOBRETUDO).

Voltando à luz noturna na tela, outro gol é a fotografia de Pedro Urano muito bem colocada, e a naturalidade de nossa "cantriz" que brilha com seu depoimento, sua atuação (cênica), sua interpretação (musical) e ainda na improvisação em cima de seu universo que é ilustrado em cenas pontuais, como a do fã de pileque (Ney Sant'ana) lhe prometendo projetos e trabalhos, e da bartender em crise amorosa.


Foi uma sessão emocionante, já que no debate falou-se bastante sobre a vida destes músicos que participaram ou foram a inspiração para o filme, principalmente os que já se foram.

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