CUBA e ÁFRICA
Aproveitando a repescagem do Festival do Rio, fui ontem ao Espaço de Cinema assistir ao documentário CUBA, UMA ODISSÉIA AFRICANA, que conta como durante a Guerra Fria, a África tornou-se um amplo campo de disputa entre interesses conflitantes.Ver trailer em:
http://www.kewego.com.br/video/iLyROoaftS-H.html
Os soviéticos queriam expandir sua influência para um novo território, os EUA planejavam se apropriar das riquezas do continente, e os antigos impérios europeus viam seu poder colonial se dissipar.
Precisando defender a independência recém adquirida, as jovens nações africanas foram buscar apoio junto à Cuba de Fidel Castro.
O interessante deste histórico foi mostrar como desde a missão fracassada de Che Guevara no Congo (que é narrada por seus personagens vivos em tom de comédia, já que o mesmo chegou disfarçado, e só se revelou quando o bicho tava pegando, e todos os que estavam sendo treinados por ele junto com 150 soldados cubanos ficaram apavorados com a possibilidade do grande guerrilheiro ser morto em combate “justo” em território congolês) até a bem sucedida defesa de Angola das investidas da Unita e de Jonas Sawinbi apoiado pelas forças sul-africanas. Para os que ainda vêem o continente africano como um bloco único, como se fosse uma nação pobre e não centenas de povos e etnias separados por dezenas de fronteiras coloniais, não fazem idéia do que foi o processo de libertação da maioria das nações coloniais, e mesmo eu tirei diversas dúvidas que ainda persistiam graças as duas obras da documentarista e ótima pesquisadora egípcia Jihain El Tahri.
A outra obra eu assisti na semana anterior, e se chama “Os Sonhos Sobrevivem ao Poder?” (Behind the Rainbow) do qual falarei depois, e cujo ponto de partida vem exatamente do final deste.
Ela durante a exibição de “Os Sonhos...” comentou sobre a pesquisa (jornalística fique bem claro, e nem por isto menos documental) que tem feito motivado por seu interesse na questão do poder, e isto fica nítido nos dois docs, que aliás mostram que ela foi um dos destaques da mostra, já que teve 2 obras exibidas, com direito a ambas na repescagem.
Para quem quiser ter uma aula sobre as guerras de libertação (não apenas lusófonas, mas principalmente estas, acrescentando-se o Congo), e sobre os bastidores da Guerra Fria no continente africano, procure por esta obra (dica, tem cópia na Cinemateca da Maison de France) e note o quanto os cubanos e os angolanos e congolenses são tão semelhantes a nós, ao menos no humor diante do drama, e o quanto os europeus e wasps são tão frios e distantes do que somos?
Na próxima falarei sobre Behind The Rainbow.
Oi Clementino, tudo bem?Como não tinha seu email tive que me comunicar através deste comentário. Outro dia recebi um visitante no meu blog que solicitou que eu visse sua postagem sobre filmes que apresentam a questão do negro como retórica. Visitei-o e comentei seu trabalho mas, acho que vc poderia contribuir muito mais com o olhar específico de quem é da área. Se puder visita-lo e dar seu parecer fico grata, pois, contribuirá muito para que ele continue valorizando o cine negro. O endereço é: http://jaderresende-artes.blogspot.com
ResponderExcluirUm forte Abraço! Axé!
Denise Guerra- http://afrocorporeidade.blogspot.com
Interessante esse episódio na história do Chê. Essa semana assisti o filme Chê II, sobre sua morte na Bolívia, é muito triste...
ResponderExcluirSempre estamos aprendendo. E essa sua narrativa foi uma bela aprendizagem.
ResponderExcluirValeu!
Um grande abraço e aguardo você também me visitando.